COP30 em Belém: Debates sobre transição energética, clima e políticas ambientais
Written by Henrique Gonzaga on 10 de novembro de 2025
COP30 em Belém: Debates sobre transição energética, clima e políticas ambientais
Belém, o epicentro das discussões climáticas
A capital paraense, Belém (PA), tornou-se oficialmente o epicentro das discussões globais sobre o futuro climático do planeta com o início da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).
O evento, que ocorre entre os dias 10 e 21 de novembro, reúne cerca de 50 mil pessoas, entre delegações oficiais, chefes de Estado, negociadores, jornalistas e representantes da sociedade civil.
Nesse sentido, a COP, organizada anualmente desde 1995, tem como principal missão definir medidas para limitar o aquecimento global a 1,5ºC até o final do século, conforme o Acordo de Paris, firmado em 2015.
A edição de 2025 marca o retorno da conferência à América do Sul e acontece pela primeira vez na Amazonia que simboliza, segundo o presidente da COP30, André Corrêa do Lago,
“um chamado à ação concreta para proteger o bioma e garantir uma transição justa e sustentável”.
COP30: Estrutura e programação
A conferência foi dividida em dois grandes espaços. A Zona Azul abriga as negociações oficiais entre países, debates de alto nível e apresentações dos pavilhões nacionais, com acesso restrito a delegações credenciadas, imprensa e observadores.
Já a Zona Verde reúne instituições públicas e privadas, movimentos sociais e organizações não governamentais em painéis e atividades abertas ao público.
Entre as entidades presentes está o Observatório do Clima, que pretende cobrar dos líderes mundiais maior celeridade na execução das metas climáticas.
Negociações e disputas na agenda
Após a Cúpula de Líderes, realizada nos dias 6 e 7 de novembro, os negociadores iniciaram o trabalho técnico que definirá os acordos desta edição. A abertura foi marcada por disputas em torno da agenda oficial, já que diversos grupos de países apresentaram propostas divergentes.
O grupo de Países em Desenvolvimento de Mente Semelhante, que inclui Índia e Arábia Saudita, defende a ampliação do debate sobre financiamento climático e medidas comerciais unilaterais, como a taxa europeia sobre importações com alta emissão de carbono.
Porém, a Aliança dos Pequenos Estados Insulares pressiona por respostas mais firmes ao recente relatório da ONU que aponta o risco crescente de o planeta ultrapassar o limite de 1,5°C.
O Brasil, país anfitrião, tenta mediar as divergências e propôs incorporar esses temas a trilhas de negociação já existentes, buscando um consenso que permita avanços sem impasses.
Transição energética e adaptação climática
Durante o discurso de abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que o mundo precisa estabelecer um roteiro concreto para superar a dependência dos combustíveis fósseis, tema central desta COP.
Outra pauta relevante é a adaptação climática, diante dos eventos extremos cada vez mais frequentes. As negociações devem reduzir a lista de indicadores de resiliência de 400 para cerca de 100, estabelecendo critérios mais objetivos para avaliar políticas de adaptação.
Os negociadores esperam definir uma nova meta de financiamento para substituir a atual, que expira ainda este ano.
Desafios e expectativas
Sendo assim, a COP30 ocorre em um contexto geopolítico sensível, com tensões internacionais e divergências econômicas que afetam diretamente o ritmo das negociações. Países produtores de petróleo resistem a metas mais ambiciosas, enquanto nações vulneráveis cobram ações urgentes e financiamento adequado.
Portanto, mesmo sem prever um grande acordo final, a conferência busca reconstruir a confiança entre as partes e preparar o terreno para as metas de 2030.
Parauapebas na COP30
A participação de Parauapebas na COP30 representa uma oportunidade estratégica para o município apresentar suas potencialidades em bioeconomia, turismo sustentável e valorização dos minerais estratégicos, promovendo uma economia diversificada e de baixo carbono.
O município levará à conferência iniciativas voltadas à transição energética, corredores ecológicos e políticas públicas inclusivas voltadas às comunidades tradicionais, como os povos indígenas Xikrin do Kateté.
Sendo assim, o objetivo é fortalecer o diálogo com outros territórios amazônicos e organismos internacionais, ampliando as possibilidades de cooperação técnica e acesso a financiamento climático.

Parauapebas marcará presença na 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30). | FOTO: AscomPMP2025
Representação oficial em duas frentes: Zonas Azul e Verde
Nesta semana, de 10 a 14 de novembro, Parauapebas estará presente nas Zonas Azul e Verde, com participação institucional e estratégica.
A comitiva oficial inclui o prefeito Aurélio Ramos de Oliveira Neto (AVANTE), a primeira-dama Beatriz Ramos, o vice-prefeito Francisco Alves de Souza (PRD), além de secretários e técnicos das áreas de meio ambiente, desenvolvimento econômico, mineração, energia, ciência e tecnologia, produção rural, turismo, cultura e relações institucionais.
Nesse sentido, entre as atividades previstas estão rodas de negociação, articulações políticas e técnicas, além de participações em painéis e eventos paralelos.
Um dos destaques será o painel “Parauapebas Sustentável 2030: Do Subsolo ao Futuro Verde”, que ocorrerá no Pavilhão Pará, no dia 10 de novembro, das 16h30 às 17h20, na Sala Seringueira.
Estande temático reforça compromisso com o futuro verde
Além disso, na segunda semana, de 17 a 21 de novembro, Parauapebas terá um estande temático no Pavilhão Pará, com o título “Parauapebas Sustentável 2030: Do Subsolo ao Futuro Verde”.
Logo, espaço, por sua vez, foi concebido com base em três pilares: “A Mineração importa, a Floresta importa, as Pessoas importam”. Desse modo, reflete o compromisso do município com um modelo de desenvolvimento que valoriza os recursos naturais, promove a inclusão social e preserva o meio ambiente.
Além disso, no estande, serão apresentados projetos voltados à bioeconomia, transição energética, conservação da floresta e valorização das comunidades tradicionais.
Além disso, o espaço contará com painéis temáticos, podcasts e ações de divulgação voltadas a iniciativas de sustentabilidade, adaptação e mitigação climática.
Comitiva e programação cultural
Logo, a comitiva municipal contará com até 20 representantes credenciados, entre eles autoridades, técnicos, representantes indígenas, artesãos e também membros da sociedade civil.
Portanto, entre os nomes confirmados, destacam-se os secretários das pastas de meio ambiente, turismo, cultura, educação, mineração, energia, ciência e tecnologia, produção rural e desenvolvimento econômico.
Além disso, participarão também expositores indígenas e artesãos locais, reforçando a diversidade e a representatividade da comitiva de Parauapebas.
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FONTE: G1, Agência Brasil, Bloomberg, Diario do Pará, AscomPMP2025
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