COP30: Diretor da Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Humberto Freire de Barros, destaca avanços no combate ao garimpo ilegal e na cooperação internacional pela proteção da Amazônia
Written by Henrique Gonzaga on 12 de novembro de 2025
COP30: Diretor da Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Humberto Freire, destaca avanços no combate ao garimpo ilegal e na cooperação internacional pela proteção da Amazônia
Diretor da DAMAZ/PF destaca ações contra o garimpo ilegal e reforça integração institucional durante a COP30 em Belém
Durante cobertura especial da Rádio Arara Azul FM na A 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), o locutor Elson Brito conversou com Humberto Freire de Barros, diretor da Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal (DAMAZ/PF).
Na entrevista, o delegado detalhou as ações da corporação no combate ao garimpo ilegal e ressaltou a importância da integração entre instituições para enfrentar a criminalidade ambiental que ameaça a Amazônia e o equilíbrio climático global.
Plano Amas
Segundo Humberto Freire, a criação da Diretoria da Amazônia e Meio Ambiente (DAMAZ) foi um passo decisivo para fortalecer a presença da Polícia Federal na região e estabelecer um sistema nacional de proteção da Amazônia brasileira. Com o Plano Amas, iniciado em 2023, a corporação intensificou o combate ao garimpo ilegal e a outras práticas criminosas que degradam o meio ambiente.
O diretor destacou ainda que a PF tem obtido sucesso em descapitalizar organizações criminosas, atingindo diretamente os financiadores do garimpo ilegal. Ele ressaltou que o trabalho tem se concentrado em desestruturar toda a cadeia do crime, levando os responsáveis à Justiça e enfraquecendo economicamente esses grupos.
Cooperação entre órgãos e resultados na Amazônia
Humberto Freire ressaltou que a diretoria atua em parceria com órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), a Polícia Rodoviária Federal, a Secretaria Nacional de Segurança Pública e as forças estaduais da Amazônia Legal.
Portanto, segundo ele, essa integração tem sido fundamental para alcançar os resultados positivos obtidos.
“Quando conseguimos conter o desmatamento, reduzimos também os impactos climáticos. O Brasil já registra o terceiro ano consecutivo de queda no desmatamento da Amazônia, superando 50% de redução em relação a 2022”, afirmou o diretor.
Polícia Federal na COP30
Freire destacou que a presença da PF na COP30, em Belém, é estratégica para demonstrar o papel do combate aos crimes ambientais na agenda climática.
“A Polícia Federal já participou das COPs de Dubai e do Azerbaijão, mas mostrar essas práticas bem-sucedidas no coração da Amazônia tem um impacto muito maior na comunidade internacional”, avaliou.
Durante a conferência, o delegado informou que a PF presidirá um painel sobre o Plano Amas, com participação do BNDES e da Secretaria de Segurança Pública do Pará, apresentando os resultados da união interinstitucional no enfrentamento dos crimes ambientais.
“O garimpo ilegal mata”, alerta o diretor da PF
Em um dos trecho da entrevista, Freire, por sua vez, reafirmou sua posição sobre os impactos humanos do garimpo ilegal, ressaltando que essa atividade não apenas destrói o meio ambiente, mas também compromete a saúde e a dignidade das populações locaiis.
“A exploração ilegal mata. Estudos mostram o nível de envenenamento de águas, florestas e populações ribeirinhos e indígenas, por causa do mercúrio utilizado nesses garimpos. Esse envenenamento causa doenças neurológicas graves e até mortes”, alertou.
Canais de denúncia e atuação no Pará
Além disso, Freire explicou que a população pode denunciar crimes ambientais diretamente à Ouvidoria da Polícia Federal, pelo site oficial da instituição, bem como nas unidades regionais.
No caso do Pará, a PF conta com delegacias especializadas em Santarém, Marabá, Altamira e Itaituba, além disso, mantém a superintendência estadual em Belém, o que reforça a capilaridade e a presença institucional na Amazônia.
“Todas essas unidades estão aptas a receber denúncias e informações que nos ajudem a identificar criminosos ambientais e fortalecer o nosso trabalho”, destacou.
Cooperação internacional e segurança de fronteiras
Além disso, o diretor mencionou ainda, nesse contexto, a inauguração, em setembro, do Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI), em Manaus, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Criado com o propósito de fortalecer a atuação integrada na região amazônica, o espaço reúne a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Secretaria Nacional de Segurança Pública, a Força Nacional e representantes de países da Pan-Amazônia, como Colômbia, Bolívia, Suriname e Peru, em um esforço conjunto de monitoramento e inteligência.
De acordo com Humberto Freire, o CCPI possibilita a elaboração de diagnósticos diários sobre o crime ambiental, a realização de operações conjuntas e o compartilhamento de tecnologias, como o sistema de imagens por satélite Brasil Mais e o programa de rastreabilidade do ouro, denominado Ouro Alvo.
Dessa forma, ele destacou que essa integração tem aumentado a produtividade das ações e, consequentemente, aprimorado a resposta ao crime.
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