Arara Azul FM COP30: Mulheres lideram debate sobre clima, poder e justiça social na conferência
Written by Henrique Gonzaga on 14 de novembro de 2025
COP30: Mulheres lideram debate sobre clima, poder e justiça social na conferência
Debate reúne grandes lideranças femininas na COP30
Direto da Blue Zone da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém (PA), a Rádio Arara Azul FM acompanhou um dos debates mais marcantes da conferência: “Mulheres, Clima e Poder”.
O painel contou com presenças de destaque, entre elas a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco, a ministra dos Povos Indígenas Sônia Guajajara, a ministra das Mulheres Márcia Lopes, a primeira-dama Janja Lula da Silva e a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, além disso, reuniu governadoras e parlamentares brasileiras na quarta-feira (13/11).
Cármen Lúcia aborda violência contra a mulher e Amazônia
A ministra do STF, Cármen Lúcia, fez um discurso contundente sobre o combate à violência contra a mulher, enfatizando a necessidade de ações mais firmes do Estado, afirmando que “é preciso muito mais ação política, proteção e prioridade por parte das autoridades brasileiras”.
Bem como, ao abordar a crise climática e as desigualdades sociais, destacou a importância da união como elemento essencial, reforçando que “é importantíssimo estarmos juntas e juntos para reinventar um mundo com mais humanidade”.
Por fim, questionada pela Rádio Arara Azul FM sobre o legado da COP30, resumiu de forma marcante: “A Amazônia é o mundo. A Amazônia somos todos nós. Nós precisamos nos salvar junto com ela.”
A realidade das mulheres amazônidas
Além disso, o debate também trouxe à tona os desafios enfrentados por mulheres amazônidas, especialmente extrativistas que dependem da floresta para sobreviver. Nesse sentido, em regiões como o Marajó, marcadas por vulnerabilidade social, ficou evidente que políticas públicas urgentes são essenciais para garantir dignidade e segurança.
Justiça climática depende da igualdade de gênero
Nesse sentido, o debate teve como objetivo reforçar que não existe justiça climática sem igualdade de gênero, destacando o papel fundamental das mulheres na governança ambiental e nos processos decisórios que moldam o futuro do planeta.
Ainda mais, a ministra Anielle Franco ressaltou a importância da representatividade, afirmando que “o poder ainda não está nas nossas mãos, mas há pessoas que nos inspiram. Quando nós, mulheres negras, chegamos nesses espaços, levamos voz, esperança e sonho”.
Ela também reforçou que a presença feminina em espaços de poder é essencial para a democracia, enfatizando que “não podemos aceitar ser silenciadas, assediadas ou até assassinadas, como aconteceu com Marielle e Mãe Bernadete”.
Ação internacional: assinatura da Carta LEAD na COP30
Dando continuidade à agenda institucional do Governo Federal, as ministras Anielle Franco e Sônia Guajajara também assinaram a Carta dos Campeões da Rede de Líderes para Ativistas e Defensores do Meio Ambiente (LEAD), reforçando assim o compromisso com a proteção de ativistas e defensores ambientais.
“A proteção de defensores não é um acessório da política ambiental, mas uma condição para o sucesso da ação climática justa”, afirmou Anielle.
Brasil e Colômbia avançam debate sobre racismo ambiental
Além disso, a ministra Anielle Franco também participou do Painel de Alto Nível sobre Racismo Ambiental, Mudanças Climáticas e o Reconhecimento dos Povos Afrodescendentes, ao lado da vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez.
O encontro destacou como as populações periféricas e tradicionais sofrem de forma mais intensa os efeitos das mudanças climáticas.
“O impacto climático atinge de forma desigual as periferias urbanas e as comunidades tradicionais. É urgente reafirmar: não há justiça climática sem justiça racial”, declarou Anielle.
Com informações do Ministério da Igualdade Racial
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